quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Por que escrevo

Escrever é um talento que admiro desde sempre. Meus pais eram professores. Nasci na época em que faziam mestrado em Língua Portuguesa. A casa onde cresci é cheia de livros. Meu marido é viciado em literatura e escreve muito bem, obrigado. Mas foi o efeito terapêutico que me levou a querer escrever. Ver as ideias no papel dá o maior barato. Organiza a cabeça. Acalma. O processo de escrever, contudo, é assustador para mim.

Quando eu estudava para ser diplomata (sonho antigo, que abandonei), aprender três línguas estrangeiras era galho fraco em comparação com escrever semanalmente 450 palavras em português. As professoras de redação tornaram-se antipáticas aos meus olhos. Munidas de canetas e olhos vermelhos, acusavam a todos. Impropriedade vocabular, estilo inadequado, erros ortográficos eram algumas das expressões que elas usavam. Desenvolvi uma incapacidade crônica de escrever.


Veio o tempo e com ele a maravilhosa dádiva de ligar o botão do f*. Ter um blog estava na minha lista de coisas a fazer há pelo menos dois anos. Decidi escrever para compartilhar meus sofrimentos e alegrias e a descoberta do minimalismo, para registrar a infância da Cecília, para dar a cara a tapa, para sair de cima do muro. E escrevo para saber que posso, ainda que à custa de clichês e erros gramaticais.

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